Este artigo tem como objetivo compreender as percepções de qualidade de vida a partir da ótica da pessoa idosa, considerando suas interações em uma rede composta de atores humanos. Essa compreensão sobre qualidade de vida tem alcançado um crescente interesse em diferentes áreas do conhecimento. A preocupação especificadamente na velhice vem se destacando e gerando relevância, principalmente nos últimos 30 anos, pois o crescimento do número de idosos e a expansão da longevidade vem sendo vivida por muitos indivíduos em diversas sociedades (Trentini, 2004).
Nos estudos, ainda não se verifica um consenso sobre qualidade de vida, existem diversos conceitos e compreensões. Nessa perspectiva, buscou-se através da Teoria Ator-rede, seguir os atores envolvidos em uma rede de idosos e deixá-los falar, mapeando a dinâmica que se encontram em ação na rede, para a partir das suas experiências caracterizar uma possível compreensão sobre qualidade de vida na ótica da pessoa idosa. Os próprios atores produzirão seus referenciais, teorias e contextos (Latour, 2012).
A pesquisa fundamenta-se em uma abordagem qualitativa, volvida pela Teoria Ator-Rede (TAR), que permite analisar a compreensão sobre qualidade de vida a partir das suas relações familiares, vizinhos, comunidade, amigos, e demais atores sociais. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas a um grupo de idosos que participam do Projeto Viva Bem a Melhor Idade no município de Cruzeiro do Iguaçu – PR. Os resultados evidenciam que a qualidade de vida na percepção dos entrevistados, está diretamente ligada aos aspectos objetivos e subjetivos que cada pessoa idosa possui, para alguns é ter renda, dinheiro para sobreviver, isso é qualidade de vida, para outros, é ter paz, felicidade, viajar, estar com a família, conectado com a sua religião e amigos.