O suicídio é um problema de saúde pública global e que, no Brasil, vem apresentando taxas de morte crescentes nos últimos anos. Apesar de ser um fenômeno de etiologia multifatorial, na grande maioria dos casos, o ato suicida é precedido por adoecimento mental, que muitas vezes não é diagnosticado e tratado adequadamente. Sendo assim, é essencial que os profissionais da saúde, de todos os níveis de atenção, sejam capazes de detectar e abordar preventivamente possíveis doenças mentais atreladas ao comportamento suicida. Nesse sentido, este trabalho apresenta um projeto de intervenção para implementar medidas educativas que possam prevenir o autoextermínio, no âmbito da atenção primária.
O projeto de intervenção proposto neste trabalho tem por objetivo reduzir as taxas de tentativas e óbitos por autoextermínio na região de abrangência da Unidade Básica de Saúde Santa Cruz, município de São Gotardo/MG. Para isso, propõe-se que, inicialmente, sejam realizadas reuniões periódicas focadas na capacitação da equipe de Saúde da Família que integra a Unidade Básica em questão. Em uma etapa seguinte, planeja-se estruturar um grupo operativo que vise a conscientização dos pacientes acerca da temática do suicídio, por meio de rodas de conversa dirigidas pela equipe de Saúde da Família.
Almeja-se que, com os conhecimentos adquiridos na etapa inicial, os integrantes da equipe Saúde da Família da Unidade Básica de Saúde Santa Cruz sintam-se mais capazes para reconhecer e abordar precocemente quadros de transtorno mental na população adscrita, o que provavelmente se refletirá em redução dos índices municipais de suicídios consumados ou não. Paralelamente, anseia-se também que as ações educativas voltadas aos usuários da Unidade contribuam para a desmistificação do tema e incentive os pacientes em contexto de sofrimento mental a buscarem por ajuda adequada.