Este estudo analisou a experiência de mulheres indígenas e refugiadas em cursos do Programa Mulheres Mil -- UFRR, em Roraima, com foco em vulnerabilidade, permanência e empoderamento, objetivando avaliar os impactos da formação profissional e tecnológica na autonomia e inclusão socioprodutiva dessas mulheres. A metodologia baseou-se em uma abordagem qualitativa, utilizando relatos de experiência, aplicação do Mapa da Vida e Portfólio, e observação participante durante a oferta do curso de Salgadeira para duas turmas: uma na comunidade indígena Canauanim (Cantá) e outra com refugiadas em Boa Vista. A abordagem destacou a interseccionalidade das desigualdades de gênero, etnia e migração, bem como a importância de políticas educacionais que articulam saberes locais, direitos humanos e economia solidária. Os resultados revelaram desafios como exclusão digital, dificuldades de transporte e evasão relacionada a fatores socioeconômicos e familiares; entretanto, observou-se fortalecimento da autoestima, interesse pelo empreendedorismo e reinserção educacional, contribuindo para o empoderamento individual e coletivo. Concluiu-se que iniciativas como o Mulheres Mil são estratégicas para reduzir vulnerabilidades e promover equidade, desde que articulem suporte estrutural e considerem as particularidades desses grupos.