
MULTIMORBIDADE NA GESTAÇÃO E SEUS IMPACTOS MATERNOS E FETAIS
Estudos em Ciências da Saúde
Analu Christina Veloso1
Thaís de Oliveira Faria Baldo
Marcelo Perim Baldo
DOI: 10.46898/home.
25cbe7ab-07d2-406b-b966-eb25cce9ea03
Resumo
Este capítulo tem como objetivo analisar a multimorbidade gestacional, compreendida como a coexistência de duas ou mais condições crônicas durante a gravidez, discutindo seus determinantes, repercussões clínicas e obstétricas, efeitos sobre o feto e desafios enfrentados pela rede de atenção à saúde. A partir de revisão narrativa da literatura recente, foram examinados fatores biológicos, sociais e comportamentais associados ao aumento da multimorbidade em gestantes, bem como evidências sobre os impactos dessas condições para a saúde materna e infantil. Os achados apontam maior vulnerabilidade entre mulheres de baixa renda, negras e pardas, expostas a barreiras históricas de acesso ao cuidado. Observou-se que a sobreposição de enfermidades, como obesidade, hipertensão, diabetes, doenças autoimunes, distúrbios tireoidianos e transtornos mentais, intensifica riscos como pré-eclâmpsia, parto prematuro, complicações metabólicas, tromboembolismo, síndrome HELLP, mortalidade materna e fetal, além de repercussões epigenéticas e de neurodesenvolvimento para a criança. Também se verificou que políticas públicas existentes, apesar de relevantes, ainda apresentam limitações relacionadas à fragmentação do cuidado e às desigualdades estruturais. Conclui-se que a multimorbidade gestacional exige abordagens integradas, intersetoriais e equitativas, capazes de fortalecer a atenção materna, reduzir disparidades e mitigar os impactos multigeracionais dessas condições.
Data de submissão:
27 de noviembre de 2025, 11:49:16
Data de publicação:
