O capítulo analisa a relação entre juventude, educação e trabalho no Brasil, destacando as contradições históricas que marcam a educação profissional e sua vinculação às desigualdades sociais. Parte-se da constatação de que o diploma, antes garantia de empregabilidade, perdeu centralidade diante das novas exigências do mundo produtivo. Retoma-se o percurso histórico da educação profissional, desde sua origem dual e assistencialista, até as reformas legais das últimas décadas, que buscaram integrá-la à educação básica. O texto discute ainda o deslocamento conceitual da “qualificação” para a “competência”, apontando os riscos de individualização da responsabilidade pela empregabilidade e de subordinação da formação à lógica do mercado. Nesse contexto, o Programa de Aprendizagem Profissional é examinado como política pública ambígua: ao mesmo tempo em que amplia o acesso dos jovens ao trabalho formal, tende a reproduzir trajetórias precárias e de curta duração. Conclui-se que a efetiva inclusão juvenil exige políticas integradas de educação, formação crítica e proteção social, capazes de articular inserção produtiva e emancipação cidadã.