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COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO VALE DO GUAPORÉ: SAÚDE, RELIGIOSIDADE E RESISTÊNCIA CULTURAL

Livro físico, Belém: Home, 2025

ERALDO CARLOS BATISTA

Resumo

Mesmo após a abolição da escravatura no final do século XIX, a vida dos negros brasileiros continuou muito difícil. A grande dificuldade para encontrar emprego, o preconceito sofrido e, muitas vezes, a vida sem garantia de manutenção, com o mínimo de condições necessárias, como moradia, educação e saúde, revelam outras formas de escravatura da população negra, que se arrastam até os dias atuais. Isso se deve ao fato de que, mesmo com o advento do trabalho livre, com as mudanças sociais e com as novas relações de trabalho em que o negro, em tese, passaria a vender sua força de trabalho de acordo com os ditames da nova ordem competitiva que se instaurava, o que se viu foi um contingente de pessoas sem perspectivas de trabalho, de educação e de inclusão social, visto que a mão de obra europeia já estava presente (Pinto & Ferreira, 2014).
Influenciada por teorias racistas europeias que atestavam a inferioridade do negro tomando por parâmetro a população branca, a sociedade brasileira propiciou as mais variadas formas de exclusão dos afro-brasileiros. A inferiorização do negro dada pela sua cor se tornou uma característica de marca visível que passou a demarcar o seu lugar na sociedade. No Estado de Rondônia, as comunidades de remanescentes quilombolas estão distribuídas às margens do Rio Guaporé. A convivência com as comunidades tradicionais da região, especialmente as indígenas, fez com que os quilombolas do Vale do Guaporé desenvolvessem novas práticas que têm sido fundamentais para a sua sobrevivência. No entanto, pela localização distante das pequenas cidades da região, os remanescentes do Vale do Guaporé vivem em situação de vulnerabilidade social, sobretudo pela precariedade de atendimento à saúde/saúde mental. Esclarece-se que o termo vulnerabilidade social utilizado no decorrer deste texto é tratado como sinônimo de desvantagens, em vários aspectos básicos de sobrevivência em que essas comunidades se encontram em relação à sociedade.

Data de submissão:

7 de junho de 2025 às 16:13:13

Data de publicação:

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