Analisando essa evolução da concepção de texto, fica fácil entendermos como essas concepções vão determinado nossa postura como professores de língua materna e oportunizam a reavaliação do nosso trabalho. Quando nos percebemos lecionando, vemos o quanto essa ideia de análise partindo da frase, ainda pode aparecer em determinadas situações como herança de um momento em que todo o trabalho envolvendo a língua portuguesa partia de uma sentença, modelo no qual muitos de nós foi formado e, que de alguma forma, influenciou e influencia nossas práticas. A noção de texto enquanto evento comunicativo pressupõe pensar um ensino de língua pautado, não mais, na análise transfrástica, mas de todos os elementos do contexto situacional, sociocognitivo e cultural.Essa percepção também nos permite colocar em posição de destaque os nossos interlocutores. Pensar naqueles com os quais interagimos, nos permite compreender o quanto eles são importantes na constituição dos textos que produzimos. Beuagrande (2010) afirma que “a sequência que você realmente ouve ou vê seria como a ponta de um iceberg - uma pequena quantidade de matéria e energia em que uma enorme quantidade de informação foi "condensada" por um falante ou escritor e está pronta para ser "amplificada" por um ouvinte ou leitor.Aqui, na tentativa de apresentarmos em que nível de compreensão estamos dessa concepção de texto, nos propomos a elaborar questões partindo dessa perspectiva de texto como evento comunicativo e usando como base teórica discussões acerca das concepções de texto e a prática do professor e contextualizando a atividade sobre a qual as questões foram elaboradas.