O presente artigo discute a relevância do estudo da história da língua portuguesa sob a perspectiva da Linguística Histórica e da Filologia, evidenciando suas inter-relações teóricas, metodológicas e pedagógicas. Parte-se da compreensão de que as línguas são fenômenos dinâmicos, sujeitos a variações e transformações condicionadas por fatores internos e externos. A Linguística Histórica, ao buscar descrever e explicar os processos de mudança linguística, depende diretamente da Filologia, cuja função é estabelecer edições críticas e assegurar a fidedignidade das fontes documentais. Com base em autores como Mattos e Silva (2008), Faraco (2006), Cambraia (2005) e Clarinda Maia (2012), o texto analisa a consolidação dessas áreas no Brasil, destacando sua importância para a constituição de corpora, para a análise de sincronias pretéritas e para a valorização da diversidade linguística. Além de uma reflexão teórica, o estudo propõe implicações para o ensino, a pesquisa e a extensão, demonstrando que a historicidade da língua pode ser mobilizada como instrumento de combate ao preconceito linguístico e de valorização da identidade cultural. Conclui-se que o ensino de Língua Portuguesa ganha profundidade quando ancorado em uma perspectiva histórica, que integra análise linguística, crítica textual e compromisso social.