DA ESTRUTURA AO SENTIDO: CAMINHOS MORFOSSINTÁTICOS PARA O ENSINO
Trabalho em Anais
Suziane de Oliveira Porto Silva
DOI: 10.46898/home.
8241ed39-de30-40f6-8cd5-c3612aaa70d2
Apresentação
O artigo discute a morfossintaxe do português como eixo articulador entre descrição científica da língua e práticas de ensino, propondo uma virada do paradigma normativo para uma abordagem reflexiva de análise linguística. Partimos da interface morfologia–sintaxe para mostrar como categorias e funções gramaticais se combinam na produção de sentidos, e como “erros” recorrentes na escola revelam, na verdade, hipóteses consistentes da gramática internalizada do falante. Com base em referenciais descritivos, funcionalistas e variacionistas, defendemos que fenômenos como concordância variável, pronominalização, ordem dos constituintes e colocação pronominal devem ser trabalhados em diálogo com gêneros textuais e situações de uso, articulando norma-padrão, variação e adequação estilística. Analisamos ainda o lugar da morfossintaxe nos documentos oficiais (PCN, BNCC), que reposicionam a gramática como mediação para leitura, escrita e oralidade, e não como fim em si. Por fim, delineamos caminhos didáticos e a interface ensino–pesquisa–extensão (sequências de análise, revisão orientada, corpora escolares, formação docente e ações contra o preconceito linguístico). Concluímos que, ao deslocar o foco da taxonomia para a explicação do funcionamento, a morfossintaxe torna-se instrumento de letramento, cidadania linguística e melhoria da produção textual.
Data de submissão:
14 de outubro de 2025 às 21:25:39
Data de publicação:
16 de outubro de 2025 às 12:00:00

